Middle Leadership in Schools: Coordinators’ Perceptions of the Exercise of Their Functions. A Case Study
Este trabalho de investigação decorreu no Agrupamento de Escolas Josefa de Óbidos, em Óbidos, com o intuito de dar a conhecer como é que os líderes intermédios (coordenadores de departamento e outros) do Agrupamento de Escolas Josefa de Óbidos percecionam as suas funções. Tentámos recolher e analisar as práticas de liderança dos coordenadores de departamento e de outros coordenadores no exercício do seu cargo; interpretar o que dizem sobre as suas funções e sobre as dificuldades que dizem sentir no exercício das suas práticas de coordenação e relacionar as práticas de liderança intermédia com a visão sobre a escola e a sua qualidade e a relação com a comunidade. Esta investigação, de natureza qualitativa, baseou-se em entrevistas semiestruturadas realizadas a dez coordenadores – sete coordenadores de Departamento, um coordenador de Estabelecimento, um coordenador dos Cursos Profissionais e um coordenador de Projetos. O trabalho permitiu-nos concluir que existe alguma colaboração nas práticas desenvolvidas no agrupamento embora esta colaboração não seja sistemática mas sim pontual, residual. No que respeita à comunicação no seio desta instituição, também não é consensual a sua eficácia. A inovação/mudança que deveriam caracterizar as escolas/agrupamentos atuais não é por todos pretendida. Existem consciências instaladas, como um dos elementos da populaçãoalvo mencionou, que colocam algum entrave a este processo. Os coordenadores experimentam constrangimentos de funcionamento relativos a tarefas burocráticas e tomadas de decisão no âmbito da avaliação de desempenho docente, no exercício das suas funções. Na dúvida ou hesitação, os coordenadores não se coíbem de pedir esclarecimentos e recorrer à liderança de topo – o diretor – a quem reconhecem poder decisório da instituição. Sobressai a vontade de desempenharem um bom papel enquanto líderes embora, na prática, se revelem simples transmissores de informação. Portanto, urge refletir, de forma profunda, sobre a função de coordenador enquanto liderança intermédia e o perfil que o deve caracterizar. O tema das lideranças de topo e intermédias, com a inerente complexidade que o caracteriza, tem vindo a ser estudado, surgindo diversas teorias. Passámos da incidência nas lideranças de topo para a valorização de lideranças distribuídas, ou seja, para a existência de lideranças intermédias, partilhadas, num contexto de trabalho colaborativo, com o envolvimento de múltiplos intervenientes. As mudanças na gestão das organizações, sempre suscetíveis de controvérsia e de momentos de conflito, não sendo consensuais, deverão ser desenvolvidas por pessoas com espírito de liderança, seguras de si e dos objetivos que pretendem ver atingidos, capazes de influenciar os seus seguidores. Esta investigação permitiu-nos concluir que no agrupamento ainda há um caminho a percorrer no sentido de sensibilizar e motivar toda a comunidade educativa. Muito há ainda a fazer no Agrupamento de Escolas Josefa de Óbidos para que o mesmo seja reconhecido como uma comunidade de aprendizagem profissional em perfeita simbiose com o seu território educativo. Mas este já é considerado uma instituição educativa com um bom desempenho. Estabelecidos os alicerces, há que seguir o percurso no bom caminho.
Como citar esta Dissertação:
Carrilho, Irene Antunes Martins (2022). Lideranças intermédias na escol: perceção dos coordenadores sobre o exercício das suas funções: estudo de caso, Dissertação de Mestrado em Administração e Gestão Educacional, Lisboa: Universidade Aberta.